Instalação da Igreja Presbiteriana em Manhuaçu



2º Templo da Igreja Presbiteriana de Manhuaçu
Desde sua implantação em 9 de março de 1902, mais precisamente no então povoado de Alto Jequitibá, ainda pertencente ao município de Manhuaçu, a Igreja Presbiteriana contribuiu enormemente com a construção da história e para o desenvolvimento de nossa região. Fundada por famílias de imigrantes alemães, suíços e portugueses que se deslocaram de Nova Friburgo (RJ), ela se transformou no centro de irradiação do presbiterianismo para toda a região do Leste de Minas Gerais e considerada a “Igreja-Mãe” das demais que surgiram a partir dela.
A ‘Egreja Evangélica Presbyterana do Manhuassú’ foi implantada na cidade de Manhuaçu em 7 de junho de 1905 pelos reverendos Dr. John Merril Kyle e Mattathias Gomes dos Santos e organizada pelo reverendo Franklin do Nascimento. Desde então passou por inúmeros obstáculos lutas e provações, como foi também para a população da cidade que começava a se destacar no cenário mineiro. E juntamente com a população do lugar, contribuiu para transformar Manhuaçu em polo regional.
Para se falar da Igreja Presbiteriana de Manhuaçu se faz necessário voltar mais no passado e destacar a vinda dos primeiros evangélicos ao Brasil, que são oriundos da Europa. No início do século XIX o continente europeu passava por guerras provocadas pelas invasões das tropas de Napoleão, miséria, pestes e epidemias que dizimavam populações inteiras. Para fugirem deste quadro catastrófico, famílias inteiras fugiram dali e procuraram por novos tempos em outras terras do planeta. Deste modo, desembarcaram do navio Argus em 13 de janeiro de 1824 na cidade do Rio de Janeiro muitas famílias luteranas.
Estas famílias se deslocaram a seguir para a região serrana daquele Estado e posteriormente contribuíram com a colonização da região Leste de Minas, ao se instalarem nas imediações de Alto Jequitibá. Foram as primeiras famílias alemãs: Breder, Catheringer ou Catrinck, Emerick, Gripp, Sathler, Heringer, Klein, Loubach, Schwab, Schwartz, Spammer, Sperber, Stanek, Storck, entre outras. Famílias suíças: Boechat, Frossard, Sanglard, entre outras. E famílias portuguesas: Andrade, Carvalho, Dias, Cardoso, Faria, Gomes, Pinheiro, Martins, Tavares, entre outras.
O pioneiro que em 1885 migrou de Nova Friburgo para a região de Manhuaçu foi o Sr. Conrado Jorge Heringer, que era luterano e trouxe consigo farta literatura evangélica para distribuir. Em 1901 vieram os reverendos John Merryll Kyle e Mathathias Gomes dos Santos, sendo através deles que em 1905 um grupo de fiéis solicitou ao Presbitério do Rio de Janeiro a organização da Igreja Presbiteriana de Manhuaçu. O reverendo Franklin do Nascimento presidiu todo o processo de organização, que contou com a presença dos presbíteros João Leandro de Faria e Christiano César, ambos da Igreja Presbiteriana de Alto Jequitibá. Na organização foram arrolados 44 membros maiores através de cartas de transferências expedidas por aquela igreja. O pastorado da nova igreja foi entregue ao seu primeiro ministro Rev. Manoel Alves de Brito. Os primeiros oficiais eleitos foram: presbíteros João Jacob Heringer e Antônio Goulart de Faria; diáconos Antônio Francisco Xavier e Lino Luís da Silva.
Com o acentuado desenvolvimento da cidade de Manhuaçu, surgiu a necessidade de se construir um segundo templo na sede do município. Até então havia somente um modesto templo construído em terreno doado pela irmã Madalena Elizabeth Berbert Heringer, na Barra do Jequitibá e que era considerado o primeiro templo, já que Alto jequitibá ainda pertencia ao município de Manhuaçu. Deste modo, surgem em 12 de fevereiro de 1910 os primeiros registros históricos do desejo da construção do novo templo, durante o pastorado do reverendo Aníbal Nora (1909 a 1918).
3º Templo da Igreja Presbiteriana de Manhuaçu
A proposta da construção partiu do presbítero Benjamim Napoleão, sendo aceita por todos. Ele foi comissionado a ser tesoureiro da construção e procurador das obras, além de doador do terreno. Consta em ata preservada pela Igreja Presbiteriana de Manhuaçu a referência sobre esta obra: “O irmão Benjamim Napoleão de Abreu fez saber a Assembleia que a madeira e taboada para as obras do templo na cidade de Manhuaçu acham-se empreitadas e adquirido o terreno onde o mesmo terá de ser construído, sendo esse terreno um dos melhores daquela cidade...”.
A decisão para iniciar a obra foi tomada em 22 de abril de 1911 e a sua inauguração aconteceu em 10 de agosto de 1912. Seu orçamento total foi de 10.500$000 (dez contos e quinhentos mil reis). Nesta data a sede da Igreja foi transferida para a cidade e o trabalho na Barra do Jequitibá passou a ser denominado de Congregação da Barra, conforme vários registros em atas do Conselho. E algum tempo depois, havendo a necessidade de se efetuar algumas obras neste 2º Templo, em 1928 aconteceu sua remodelação, criando uma nova fachada e preservando a mesma estrutura. Esta remodelação se manteve até o ano de 1974, quando em 9 de junho iniciou a sua demolição, para dar lugar ao 3º Templo, que é ainda o atual, após sofrer também uma remodelação para a comemoração do centenário no ano de 2005.
A construção deste 3º Templo se fazia necessária devido à precariedade do 2º Templo e era pensada desde 1955. Em 1972 aconteceu o início do pastorado do reverendo Antônio Sperber (1972 a 1980), que tomou conhecimento do desejo e do projeto para a nova construção. Em 11 de março de 1973 chegou a Manhuaçu o arquiteto e reverendo Dr. Diniz Prado de Azambuja Neto, que preparou uma planta magnífica, cujo custo foi apenas “uma oração de gratidão pela oportunidade conferida por Deus”. A obra projetada é de três pavimentos, mais um subsolo, totalizando 960 m², constituindo um edifício de Educação Religiosa e uma nave de Templo, com uma estimativa de estar concluída em dez anos.
A Pedra Fundamental foi lançada em 12 de agosto de 1973 e em 12 de dezembro de 1975 foi batida a primeira laje, no mesmo lugar onde estava o 2º templo, no coração da cidade. Em 7 de junho de 1980, na data em que a Igreja Presbiteriana de Manhuaçu comemorava 75 anos de Organização Eclesiástica, Jubileu de Brilhante, foi inaugurado o novo e atual templo, moderno e funcional.


As informações que auxiliaram na composição destas linhas foram baseadas em textos da revista ‘Edição Comemorativa do Centenário da Igreja Presbiteriana de Manhuaçu’, lançada em 7 de junho de 2005 e que foi gentilmente cedida pelo reverendo Anderson Sathler à coluna ‘Na Lente da História’.

Publicado em 10 de novembro de 2013.